Disco: A Night at the Opera - Queen
Neste meu novo endereço, quero lhes apresentar, como uma primeira resenha, um álbum do Queen que me marcou muito desde quando o escutei pela primeira vez. Confiram comigo agora um dos melhores discos do grupo inglês: A Night at the Opera.
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Muito bem, já que eu acabei de abrir este endereço novo, vamos começar a escrever algo. Uma coisa que eu ficava me cobrando lá no meu antigo blog, era falar mais sobre Queen e Genesis. Como tem gente que sabe, Queen é a melhor banda do mundo para mim, então porque eu nunca falei mais sobre ela? Bom pessoal, a gente se perde no meio de tanta coisa, tanto dentro, quanto fora da música. Muito foco no que está saindo de novo e o antigo vai ficando e passando batido. Essa é uma das razões pela qual eu decidi abrir este blog aqui e focar na música apenas.
Mas vamos ao que interessa. Esta resenha inclusive vai ajudar a esclarecer umas inconsistências que teve no filme Bohemian Rhapsody. Vamos discutir isso um pouco! É até bom pra mim, porque teve gente na época do filme que reclamou comigo que eu não dei muita ênfase a essas inconsistências, mas minha intenção era apenas elogiar um filme bem feito que colocou o Queen novamente no pedestal dos gigantes que eles mereciam estar. Filme é filme, realidade é realidade, se quiser saber mais sobre um artista, leia livros sobre ele, assista documentários, não um filme.
O nome do disco pode ser pensado como uma referência ao som de Rock operístico que o Queen faz? Sem dúvidas, mas o fato é que o nome do disco é uma referência a um filme de mesmo nome dos irmãos Marx, o então trio famoso de comédia. E caso duvide de mim, oras, vá lá e pesquise, afinal, "você vai acreditar em mim, ou nos seus próprios olhos"? Foi o que eu pensei!
Este foi o primeiro disco do Queen que usa o recurso de multitrack recording, ou seja, gravação em diversas faixas e camadas de forma a construir uma malha sonora. Isso é atribuído erroneamente a suposição deste disco do grupo ser o primeiro a ter experimentos musicais... ERRADO! O Queen já vinha experimentando com a música deles desde o primeiro disco, mas nunca havia usado o recurso descrito acima. A Night at the Opera é só mais um degrau na experimentação sonora, e diga-se de passagem, a mais ousada se comparada às outras três anteriores.
Outro aspecto do filme foi o personagem Ray Foster. Não existe e nem nunca existiu um Ray Foster. Supõe-se que o filme ficcionalizou um agente da época chamado Roy Featherstone, mas não dá pra ter certeza, e crê-se que aquela discussão deles que se vê no filme nunca aconteceu, até porque a gravadora EMI lançou outros discos do Queen (contrário ao que o filme mostra), e Featherstone era um grande fã e entusiasta da banda. Ok, pessoal? Então vamos lá conferir esta verdadeira obra clássica do Queen e do Rock em geral. Tive contato com ela quando era um moleque de 20 e poucos anos ainda, no começo da década de 2000, e desde essa época, nunca mais parei de ouvir
O disco abre lindamente com uma introdução ao piano de Freddie e a faixa "Death on Two Legs (Dedicated to...)", que ele fez para um ex-produtor que teve desentendimentos com a banda, Norman Sheffield, muito embora ele não seja citado na música, fica claro a referência na letra para quem conhece a história, sem contar o fato que a banda se encontrava em uma péssima situação financeira à época. Esta faixa simboliza o Queen nesta etapa da carreira deles, com dificuldades para decolar, mas cheios de ideias, compondo músicas cheias de camadas de arranjos e muita guitarra, sem contar a voz mais jovial e aguda do Freddie. Em alguns discos, e este é o caso aqui, também tinha pequenas composições, como a divertida "Lazing on a Sunday Afternoon", que eu sempre acompanho e canto com aquela voz debochada, porque é bem divertido, creio que quando Freddie gravou também estava se divertindo. O mesmo pode ser dito de outra curta mas também divertida, a jazzística "Seaside Rendezvous", que tem todo um arranjo de tema musical da Broadway.
Um momento bem bacana do disco é quando Freddie deixa o lead para que seus amigos de banda também cantem. Muito embora Freddie fosse a voz principal, o Queen era uma banda com três leads. Deacon nunca cantava. As vozes de Brian May e Roger Taylor também são muito marcantes! A de Freddie é única e inimitável, mas as de Brian e Roger são também ótimas, gosto muito deles cantando, são universos diferentes. As duas favoritas minhas aqui neste disco com eles comandando o microfone são a pesada "I'm in Love with My Car", uma ode de Taylor ao carrão dele da época e uma música que realmente te dá vontade de pegar o carro e acelerar com ele com o som ligado, e também a bonita "'39", que basicamente é uma história de ficção em que viajantes espaciais viajam 100 anos no futuro, além de ser uma linda balada.
O disco ainda contém a versão original de "Love of My Life", talvez uma das baladas mais icônicas e uma das mais belas músicas escritas por Freddie para o Queen; Freddie dedicou a música à mulher a qual ele considera o verdadeiro amor da vida dele, Mary Austin, e pessoa a qual ele dedicou seu patrimônio em vida quando morreu. Eu perdi o número de vezes que eu fiquei estudando violão para poder tocar essa música, anos atrás.
Por fim, antes da música que eu sei que você está pensando, quero destacar o épico de 8 minutos e meio "The Prophet's Song". É um número de Rock Progressivo intenso, poderoso e bastante carregado de melodias, efeitos e corais. É uma faixa sensacional e bem pouco apreciada pelas pessoas, e May a escreveu durante muito tempo, quando teve um sonho com uma inundação, então ele pegou citações no livro do Genesis da Bíblia, misturou com ideias de um quadro chamado The Deluge e veio com a parte progressiva contendo um número fantástico de coral, algo que praticamente se assemelha ao canto gregoriano.
E finalmente, temos a famosa "Bohemian Rhapsody", o grande destaque do disco, uma elaboradíssima ópera-Rock que indiscutivelmente carimbou sua marca na história do Rock de forma indelével. A letra é uma tragédia que apresenta um cara que matou um homem e se confessa, para depois ir à presença do capeta, e há um julgamento em que um coral pede sua absolvição. A parte operística é fantástica, complexa, e de difícil execução. A própria banda em si quase nunca conseguiu executá-la ao vivo, sempre tocando o playback da parte operística, a não ser na ocasião do concerto para a rainha de 2002 em que Brian May e Roger Taylor se reuniram com o elenco da peça We Will Rock You para tocar ao vivo, e aí sim fizeram a parte operística ao vivo. Muitos grupos vocais hoje tentam fazer algo assim, a internet está cheio deles, mas este momento único de inspiração só aconteceu quando Freddie, Brian, John e Roger se juntaram para gravar este verdadeiro clássico. Este é um dos principais highlights da carreira deste grupo maravilhoso, reconhecível por todos, e eleita uma das melhores composições do século XX.
E eu te garanto, uma noite na ópera é tudo que você precisa para se tornar fã desta banda fantástica. Este é um disco seminal, absolutamente obrigatório de se ouvir para qualquer um que se diga fã de Rock. Um momento único que, na minha sincera opinião, ninguém jamais poderá reproduzir e por essa razão, ainda cultuado por muita gente.
O disco ainda contém a versão original de "Love of My Life", talvez uma das baladas mais icônicas e uma das mais belas músicas escritas por Freddie para o Queen; Freddie dedicou a música à mulher a qual ele considera o verdadeiro amor da vida dele, Mary Austin, e pessoa a qual ele dedicou seu patrimônio em vida quando morreu. Eu perdi o número de vezes que eu fiquei estudando violão para poder tocar essa música, anos atrás.
Por fim, antes da música que eu sei que você está pensando, quero destacar o épico de 8 minutos e meio "The Prophet's Song". É um número de Rock Progressivo intenso, poderoso e bastante carregado de melodias, efeitos e corais. É uma faixa sensacional e bem pouco apreciada pelas pessoas, e May a escreveu durante muito tempo, quando teve um sonho com uma inundação, então ele pegou citações no livro do Genesis da Bíblia, misturou com ideias de um quadro chamado The Deluge e veio com a parte progressiva contendo um número fantástico de coral, algo que praticamente se assemelha ao canto gregoriano.
E finalmente, temos a famosa "Bohemian Rhapsody", o grande destaque do disco, uma elaboradíssima ópera-Rock que indiscutivelmente carimbou sua marca na história do Rock de forma indelével. A letra é uma tragédia que apresenta um cara que matou um homem e se confessa, para depois ir à presença do capeta, e há um julgamento em que um coral pede sua absolvição. A parte operística é fantástica, complexa, e de difícil execução. A própria banda em si quase nunca conseguiu executá-la ao vivo, sempre tocando o playback da parte operística, a não ser na ocasião do concerto para a rainha de 2002 em que Brian May e Roger Taylor se reuniram com o elenco da peça We Will Rock You para tocar ao vivo, e aí sim fizeram a parte operística ao vivo. Muitos grupos vocais hoje tentam fazer algo assim, a internet está cheio deles, mas este momento único de inspiração só aconteceu quando Freddie, Brian, John e Roger se juntaram para gravar este verdadeiro clássico. Este é um dos principais highlights da carreira deste grupo maravilhoso, reconhecível por todos, e eleita uma das melhores composições do século XX.
E eu te garanto, uma noite na ópera é tudo que você precisa para se tornar fã desta banda fantástica. Este é um disco seminal, absolutamente obrigatório de se ouvir para qualquer um que se diga fã de Rock. Um momento único que, na minha sincera opinião, ninguém jamais poderá reproduzir e por essa razão, ainda cultuado por muita gente.
A Night at the Opera (1975)
(Queen)
Tracklist:
01. Death on Two Legs (Dedicated to...)
02. Lazing on a Sunday Afternoon
03. I'm in Love with My Car (voz: Roger Taylor)
04. You're My Best Friend
05. '39 (voz: Brian May)
06. Sweet Lady
07. Seaside Rendezvous
08. The Prophet's Song
09. Love of My Life
10. Good Company (voz: Brian May)
11. Bohemian Rhapsody
12. God Save the Queen (instrumental)
Selo: EMI / Elektra
Queen é:
Freddie Mercury: voz, piano
Brian May: guitarra, voz, violão, koto, harpa, ukulelê
John Deacon: baixo, piano elétrico, baixo duplo
Roger Taylor: bateria, voz, percussão, guitarra
Discografia:
- Made in Heaven (1995)
- Innuendo (1991)
- The Miracle (1989)
- The Works (1984)
- Hot Space (1982)
- Flash Gordon (1980) – soundtrack
- The Game (1980)
- Jazz (1978)
- News of the World (1977)
- A Day at the Races (1976)
- A Night at the Opera (1975)
- Sheer Heart Attack (1974)
- Queen II (1974)
- Queen (1973)
(*) - via A Ciência da Opinião
Site: www.queenonline.com
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