Ao vivo: Nights Of The Dead: Legacy of The Beast (Live In Mexico) - Iron Maiden
Já que estamos no fim de um ano que parece não ter tido nada de bom, resolvi trazer pra vocês um petardo do Iron Maiden. Confiram!
Nota: [] [] [] [] [] [] [] [] [] [] 10
Bom, estamos já no final de um ano que começou até que bem, mas terminou de forma conturbada, péssima e horrorosa. Sinceramente, eu já não sei mais se daqui pra frente teremos mais anos bons nas próximas décadas, espero que sim, mas tudo está apontando para uma década terrível que se inicia. Fica parecendo que estamos no fim dos tempos, vendo todo tipo de absurdo e bizarrice.
Nesse âmbito, resolvi receitar a todos algo que saiu agora no fim do ano, em Novembro, algo que pra mim ainda faz sentido. O novo disco ao vivo do Iron Maiden, chamado Nights Of The Dead: Legacy of The Beast, uma apresentação excelente que fizeram no México em Setembro de 2019.
Essa apresentação não é turnê do último álbum do grupo, The Book of Souls. Ela faz parte da turnê do game Legacy of the Beast que saiu para portáteis. Eu fiz uma resenha do game em 2016 quando saiu, game muito legal, joguei bastante, ainda não consegui terminar porque meu iPad morreu na praia em 2017, mas joguei muito e pretendo retomar em breve pra ver se termino. Esse show tem músicas clássicas do Maiden que aparecem no game, achei boa a proposta da banda de divulgar mais o game por aí através dessa turnê.
Eu gosto muito do set que eles escolheram. Tem diversas músicas que o Maiden não executava a tempos, e cujo conteúdo delas diz muito da história da própria banda e mostra porque ela fez tanta gente se apaixonar pelo grupo ao longo dos anos.
O Maiden ia fazer mais apresentações para juntar mais material de forma a compôr o disco ao vivo. Só que nos primeiros meses de 2020, tudo teve que parar. Então, o grupo foi lá nos registros de shows que já haviam feito para ver se dava para lançar um material para o pessoal, especialmente para quem iria ficar sem ver a banda este ano. E graças a Deus encontraram a apresentação no México e deu tudo certo.
O show tem um baita início com o famoso discurso do primeiro-ministro inglês Winston Churchill contra a ameaça nazista que vigorava em 1940. Esse icônico discurso de Churchill é igualmente simbólico para os tempos de hoje, valendo também para os comunistas genocidas da China, da Venezuela, da Coreia do Norte e de vários outros lugares onde impera uma ditadura contra seu povo; o discurso vale para esses autocratas nojentos que pensam serem os donos do mundo. E para quem não sabe, apenas uma curiosidade: Bruce Dickinson é Brexit, tá ok? Seguindo.
Abre-se o setlist do primeiro CD com a primeira música, "Aces High", do álbum Powerslave, uma excelente introdução, e mesmo com mais idade, Bruce aguenta cantar todas as músicas exatamente como foram gravadas e em suas respectivas tonalidades. O cara é um monstro!
Apenas escutem o cara entoando "Where Eagles Dare" do álbum Piece of Mind, que tremenda performance!! Tem vocalista por aí que chegou na idade do cara e não consegue mais cantar! A banda então está demais!! Steve Harris, Dave Murray, o Adrian e o Gers estão impecáveis comandando as cordas elétricas, McBrain faz a bateria rufar com a sua energia de sempre, permitindo com que Bruce pinte e borde em suas performances. E a música seguinte, uma das minhas favoritas, "2 Minutes to Midnight", também do Powerslave, vem com a mesma energia.
Isso foi só o começo!
Aí o Maiden faz uma coisa que ganha meu coração! Uma das coisas mais fodas que tem é ver eles executarem faixas dos tempos do Blaze, porque por mais que eu aprecie as músicas desse tempo do Blaze, acho o vocal dele bem limitado e nada a ver com o grupo, só que aí o Bruce canta essas músicas e resolve todo o meu problema. Aqui tem duas faixas do Blaze, uma é do Virtual XI, a ótima "The Clansman", e ouvir Bruce cantar isso é lindo, pensar em Braveheart então, filme de 1995 do Gibson, é inevitável, pois a história de William Wallace reforça aquela máxima de Benjamin Franklin que diz "quem troca sua liberdade certa por uma suposta segurança, não os merece, e perderá tanto um quanto o outro". Mais uma coisa que vale para os nossos tempos, e o Maiden sempre está a frente para dar voz a todos nós que acreditamos nisso.
Vem aí mais uma do Piece of Mind, a ótima "The Trooper", outra de minhas grandes favoritas do Maiden. Tem mais Piece of Mind no set, vem aí a linda "Revelations", que musicaliza o poema existencial célebre do escritor e filósofo Cristão, o inglês G.K. Chesterton chamado "O God of Earth and Altar".
Quebrando um pouco com a atmosfera de nostalgia, o Maiden entoa a belíssima "For the Greater Good of God", que faz uma profunda reflexão sobre os horrores de uma guerra, muito apropriadamente, pois a música vem do disco A Matter of Life and Death, um álbum onde o Maiden fala justamente sobre guerras. O primeiro CD do disco fecha bonito com a grande "The Wicker Man", que abre o disco Brave New World.
Caramba! Estou até atônito! Isso porque o Maiden dizia que não teve mais tempo para fazer mais shows para fazer um disco ao vivo melhor!
Enfim, mudo para o segundo CD e ele começa com a segunda performance da banda da era Blaze, uma das minhas grandes favoritas não só dessa época, mas também da história do Maiden: "Sign of the Cross", do álbum The X Factor, que apesar de citar de passagem O Nome da Rosa, um romance do Umberto Eco que eu não tenho muito apreço, embora quando eu li a muito tempo atrás me marcou pela ousadia do autor, tem várias referências de profecias bíblicas cristãs que acho muito válidas, e é uma música do Maiden muito bacana de se ouvir, especialmente na voz de Dickinson, e essa nova versão ao vivo está matadora.
A partir de agora, o resto do show já é muito mais voltado aos clássicos do que a primeira parte. Temos novamente uma faixa do Piece of Mind, que é "Flight of Icarus", que conta a lenda de Ícaro e seu voo até o Sol que termina em tragédia, uma letra que nos alerta sobre a soberba do espírito humano. A partir daqui, todos já sabem: temos a clássica "Fear of the Dark" do álbum homônimo, "Iron Maiden", única do período inicial da banda com Paul Di'Anno, "The Number of the Beast", baseada no famoso trecho de Apocalipse 13:18, depois mandam "The Evil that Men Do" do álbum Seventh Son of a Seventh Son, um dos meus álbuns favoritos do Maiden, e terminam com dois clássicos absolutos do álbum The Number of the Beast: "Hallowed Be Thy Name" e "Run to the Hills".
Que volta!! Nada mal para quem teve que parar uma turnê no meio. Olhem, neste fim de um terrível ano, esse disco é um baita presente para quem curte o som do Maiden. Um ótimo disco ao vivo, de uma ótima performance no México, gostei bastante, e vou rodar aqui no meu som muitas vezes mais!
Nights Of The Dead: Legacy of The Beast (Live In Mexico) (2020)
(Iron Maiden)
Tracklist:
Tracklist:
Disco 01:
01. Churchill's Speech (intro)
02. Aces High
03. Where Eagles Dare
04. 2 Minutes to Midnight
05. The Clansman
06. The Trooper
07. Revelations
08. For the Greater Good of God
09. The Wicker Man
Disco 02:
01. Sign of the Cross
02. Flight of Icarus
03. Fear of the Dark
04. The Number of the Beast
05. Iron Maiden
06. The Evil That Men Do
07. Hallowed Be Thy Name
08. Run to the Hills
Selo: Parlophone
Iron Maiden é:
Bruce Dickinson – voz
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Janick Gers – guitarra
Steve Harris – baixo
Nicko McBrain – bateria
Discografia:
- Nights Of The Dead: Legacy of The Beast (Live In Mexico) (2020) - ao vivo
- The Book of Souls (2015) (via A Ciência da Opinião)
- The Final Frontier (2010)
- A Matter of Life and Death (2006)
- Dance of Death (2003)
- Brave New World (2000)
- Virtual XI (1998)
- The X Factor (1995)
- Fear of the Dark (1992)
- No Prayer for the Dying (1990)
- Seventh Son of a Seventh Son (1988)
- Somewhere in Time (1986)
- Powerslave (1984)
- Piece of Mind (1983)
- The Number of the Beast (1982)
- Killers (1981)
- Iron Maiden (1980)
Site oficial: www.ironmaiden.com
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